Cada vez mais, ouvem-se histórias de concurseiros que estudaram por vários anos. A dura realidade é que as vagas de cargos públicos minguaram, e a iniciativa privada brasileira não consegue absorver o mercado abarrotado dos bacharéis em Direito. Diante disso, quando uma pessoa me relata que pretende começar a estudar para concursos, logo aviso que a posse pode demorar anos. Diante dessa árdua caminhada, surgem dois caminhos, duas formas de gerir a jornada:
1. A ESCADINHA
O candidato começa fazendo provas "menos difíceis" e, após garantir uma base financeira com um cargo, estuda para concursos mais difíceis. A vantagem é ter um retorno financeiro menos demorado. A desvantagem é que pode demorar mais até chegar ao sonhado cargo fim.
2. O TIRO DIRETO
O candidato estuda diretamente para seu cargo fim, normalmente um concurso dos mais difíceis. A vantagem é que o foco desde o início pode acelerar a aprovação. A desvantagem é que existe uma chance (grande) de ficar descapitalizado por muitos anos (3, 5, 7 anos?).
Que opção seguir? Depende da realidade de cada um. Normalmente quem escolhe a opção 1 precisa de dinheiro rápido. A grande maioria está do meio para baixo na pirâmide social. A opção 2, por seu turno, tende a ser a de quem tem uma estabilidade financeira familiar sólida, com uma qualidade de vida boa.
O conselho que dou é não se superestimar. Ao longo dos anos prestando concursos, vi muitos concurseiros desdenhando de cargos com remunerações mais baixas, por entenderem que poderiam alcançar algo maior e rapidamente. Calma lá. O buraco é mais embaixo. Por vezes, esses estudantes ficam sem nenhum cargo por muito tempo. Então, pés no chão na hora de traçar seu planejamento de vida, porque não há tribo suficiente para a quantidade de pretendentes a caciques que vemos por aí. Faça uma trajetória de forma que exista plano b, c e d, se possível, com uma plano de emergência na iniciativa privada, caso tudo dê errado nos concursos públicos. A iniciativa privada pode te dar muito mais dinheiro que os concursos. É uma opção possível. Enfim, esteja preparado para os "sins" e "nãos" da vida, com bastante prudência e sagacidade.
Bons estudos!
Pedro F. A. de Albuquerque
Procurador do Município de João Pessoa, advogado e professor
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